Audição
Um Departamento da SPTF
Audição
A audição é o primeiro dos cinco sentidos desenvolvido pelo ser humano. Tem um papel determinante nos processos de perceção, da fala e da comunicação, facilitando assim a interação com as pessoas que estão à nossa volta.
A audição é um sentido inteligente que funciona como um recetor especializado que recebe e interpreta os estímulos externos.
A perturbação ou alteração de Audição pode estar presente desde o nascimento, ocorrer durante infância ou mais tarde em qualquer momento da vida. As causas da perda da audição são variadas, assim como os seus sintomas. A sua perda ou comprometimento, interfere de forma importante na comunicação e na qualidade de vida das pessoas.
Departamento da Audição
O que fazemos no Departamento da Audição da SPTF – Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala
O Departamento de Audição da SPTF é o responsável pela dinamização da evolução do conhecimento do impacto da surdez e das alterações do processamento auditivo na comunicação humana.
É constituído por um grupo de profissionais que pretende promover o aumento da qualidade e quantidade de produção científica por parte dos pares e outros profissionais de áreas afins à terapia da fala.
O nosso intuito é fomentar a reflexão, partilha e aprendizagem para um apoio mais eficaz a crianças, jovens e adultos com perturbações da Comunicação decorrentes de surdez ou perturbações do processamento auditivo, contribuindo para a divulgação e adoção de práticas baseadas na evidência.
quer saber mais sobre esta área?
Abaixo pode encontrar alguns materiais úteis. Caso ainda não seja membro da SPTF, descubra as vantagens.
A Audição e o Desenvolvimento da Linguagem
A surdez é o défice sensorial mais frequente na população mundial afetando mais de 430 milhões de pessoas segundo dados da Organização Mundial de Saúde em março de 2021. Estima-se que 1 a 3 em cada 1000 bebés recém-nascidos saudáveis nasce com surdez bilateral significativa. Em recém-nascidos de risco os números são muito mais expressivos: 20 a 40 em cada 1000 bebés podem apresentar alterações auditivas.
A surdez caracteriza-se por limitação da perceção de sons. Dificuldades na perceção dos sons da fala podem ter consequências negativas a nível do desenvolvimento típico da comunicação, da linguagem, da sociabilização e da aprendizagem da leitura e escrita. A perceção de fala implica a perceção de sons de diferentes frequência e intensidades, com grande variabilidade de poder acústico.
A frequência do som indica se é mais agudo ou grave. Os sons da fala têm frequências que estão concentradas entre os 500 e os 4000 Hertz (Hz).
A intensidade dos sons, ou seja, se os sons são altos ou baixos, é medida em decibéis (dB). Considera-se que há perda auditiva se há dificuldade em detetar sons nas várias frequências auditivas com intensidade maior que 20 décibeis. A surdez pode ser caraterizada relativamente a diferentes parâmetros. Na tabela seguinte, apresenta-se a classificação dos graus de perda auditiva.
Tipos de Surdez
No que se refere ao tipo, a surdez pode ser de condução, neurossensorial ou ter componentes de ambos os tipos e ser uma surdez mista.
As alterações neurossensoriais indicam alterações nas células da cóclea que transformam o som em impulso elétrico e o conduzem ao cérebro não funcionam corretamente.
A surdez neurossensorial é, até ao momento, irreversível. Há ajudas técnicas específicas para estas limitações auditivas que permitem o acesso auditivo.
Audição e Surdez nas Crianças
As implicações ao nível da aquisição de linguagem e fala dependerão do tipo de e grau de limitação auditiva que a criança apresenta, das características do ambiente e do uso de ajudas técnicas nos casos em que são recomendadas. Mesmo as crianças que apenas têm ou tiveram otites muito frequentes (2 ou 3 num ano) podem apresentar dificuldades em discriminar sons de fala muito parecidos.
É essencial um acompanhamento médico especializado assim como intervenção precoce (entre os três e os seis meses de idade segundo o RANU) especialmente nos casos de perda auditiva bilateral significativa.
Uma vez que o conhecimento dos sons da fala é a base da aprendizagem da leitura e escrita da maior parte dos métodos usados, muitas vezes as crianças com limitações auditivas precisam de suporte educativo e terapêutico adicional.
As causas de perda auditiva em bebés podem ser variadas:
Infeções durante a gravidez, como toxoplasmose ou citomegalovírus;
Diabetes gestacional, uso de álcool ou drogas durante a gravidez;
Prematuridade;
Complicações no parto;
Uso de antibióticos ototóxicos durante a gravidez ou primeiros meses de vida do bebé;
Causas genéticas (mais de 50% dos casos).
Sinais de Alerta na Infância
Há sinais a que é importante estar atento porque é essencial detetar alterações auditivas precocemente. As recomendações para o Rastreio Auditivo Neonatal Universal (RANU), indicam que TODAS as crianças nascidas em Portugal devem ter a sua audição rastreada nos primeiros 30 dias de vida.
Nos primeiros meses de vida o bebé deve:
Reagir a sons intensos;
Acordar quando ouve sons fortes;
Responder à voz dos outros (sorrindo, por exemplo);
Acalmar-se com vozes familiares;
Dirigir-se a brinquedos que fazem som;
Virar a cabeça em direção a sons;
Balbuciar.
Entre o ano e os dois anos, o bebé deve:
Repetir sons simples;
Entender pedidos simples;
Fazer sons para chamar a atenção do adulto;
Responder ao nome;
Usar palavras simples;
Ouvir histórias e músicas com interesse;
Apontar para objetos e nomeá-los.
Em crianças maiores alguns sinais de perda auditiva podem ser:
Pedir às pessoas que repitam a informação várias vezes;
Ter alterações de fala;
Não responder quando chamam o seu nome;
Pôr a televisão, rádio ou tablet muito alto;
Responder fora do tema a questões que lhe foram feitas;
Queixar-se de dores ou sensações estranhas nos ouvidos
Não perceber o que é dito ao telefone;
Estar muito atento à face das pessoas quando falam e ter mais dificuldade em perceber o que é dito quando está de costas ou em locais ruidosos;
Falar muitas vezes demasiado alto.
A EQUIPA
Departamento de Audição da SPTF
Sofia Lynce de Faria
Coordenadora
Marisa Alves
Vice-Coordenadora
Ana Sofia Lopes
Membro
Susana Capitão
Membro
Tânia Lavra
Membro
Materiais para Si
Dia Internacional do Implante Coclear
A 25 de fevereiro comemora-se o Dia Internacional do Implante Coclear, contabilizando mais de 60 anos de uso deste dispositivo biomédico.
Dia Mundial da Audição
O Dia Mundial da Audição, comemorado a 3 de março, é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde para consciencializar a sociedade em geral para a importância da audição e para o impacto das doenças do ouvido.
Em 2024 o tema da campanha global é “Mudar Mentalidades”. Pretende-se desconstruir mitos relacionados com a audição e com a perda auditiva e contribuir para melhorar o acesso a cuidados de saúde auditiva e mitigar o custo da perda auditiva tratável.
O Departamento de Audição da SPTF traduziu o folheto sobre audição e desenvolvimento da linguagem que faz parte dos materiais disponibilizados pela OMS.
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